«José Manuel Santinhos,» deixou como poeta popular, algumas pérolas brejeiras, entre outras. Esta, com um espírito bastante divertido, como outras mais, talvez se possa aplicar a muita gente no país que, "sabendo que anda sempre a ser enganada, ainda bate palmas". Fogooo, são masoquistas ó quêiii?
«Mote»
«Há cabrões que são cabrões
E há cabrões que o não são
E há cabrões sem terem dono
E há cabrões de um cabrão»
I
No mundo há tanto animal
Mas com aparência diferente
Há uns que parecem gente
Mas não é bem natural
Nem todo o cabrão é igual
Pois são diferentes nas acções
E há muitas opiniões
De uns serem mais ou menos
E há cabranitos pequenos
E há cabrões que são cabrões
II
Uns devem ser desculpados
Por toda a sociedade
Porque andam por sua bondade
Uma vida inteira enganados
Mas há cabrões desconfiados
Que até metem danação
Que vivem naquela impressão
E não querem ser sòzinhos
E há cabrões que são mansinhos
E há cabrões que o não são
III
Há cabrões que metem dó
Cabrões que andam desprezados
Que encontram-se abandonados
E a viver no mundo só
Já sem terem mãe nem avó
E só se distraem com o sono
Nunca os cabrões pensam bem
E há cabrões que são de alguém
E há cabrões sem terem dono
IV
Há o cabrão desquisito
Que percorre ribeira e serra
E há cabrões da própria terra
E há cabrões lá doutro sito
Há muito cabrão bonito
Que até fazem presunção
Com feitios desnaturais
E há alarves cada vez mais
E há cabrões dum cabrão