/// À porta deste fim de semana mais comprido, desta vês,  José Manuel Santinhos

é lembrado com um trabalho não brejeiro como tem tantos, mas de queixume e tristeza,

a mostrar que a sua versatilidade era bem abrangente. Desejo a todos um óptimo

fim de semana, quer tenham a sorte de o poderem gozar ou tenham que o passar

com a enxada na mão. ///

P1050014.JPG

 ///   Mote   ///

Dos parvos lá do meu sítio

Estou em primeiro lugar

O gozo é bom e bonito

E anda um parvo a trabalhar

 

I

Quando vou com a minha enxada

Os meus trabalhos marcando

Enquanto uns andam estudando

Para não fazerem nada

E dizem-me em voz magoada

Às vezes até me irrito

Ver-me só a cavar chão

E considero-me o campeão

Dos parvos lá do meu sítio

 

II

Sou eu quem se levanta cedo

Dou início à minha lida

E os bravos perigos da vida

Ir enfrentá-los sem medo

O saber é um segredo

Que ainda não pude alcançar

Levo o meu tempo a estudar

Os tempos livres são poucos

Na fileira dos bacocos

Estou em primeiro lugar

 

III

Eu vivente apaixonado

Gostava de ser mais feliz

Dees prazer ao país

Em que nasci e fui criado

Um português arraçado

Sem nada de esquisito

Se reinasse o meu palpite

Não reinavam só os gordos

Devia chegar para todos

Se o gozo é bom e bonito

 

IV

Doura o meu ver

Porque tanto se reza

Se na onsciência pesa

É o que está para fazer

Ninguém vive sem comer

Sem pão não podem passar

E os que ensinam a rezar

Não pensam fazer jejum

E não querem fazer nenhum

E anda um parvo a trabalhar

  (José Manuel Santinhos)

 

publicado por milhafre às 20:40